Este mundo sem formas estranhamente próximo
me faz desejar voltar para o útero.
Deixo de correr atrás dos tesouros humanos e conhecimentos
para viver eu mesma, dentro de mim nunca passei pelas portas dos dez anos adiante,
ainda tenho nove.
E só quando eu crescer vou poder sair sozinha
Ainda sinto o frio na barriga do primeiro dia de aula,
o temor pelo primeiro beijo com a pessoa errada,
e a saudade dos dias de outrora, dos outonos perdidos em casa
mas eu estava lendo.
Só quando eu estou sendo assim, pueril
livre e selvagem
conto comigo,
conto nos dedos quanto tempo falta para me encontrar contigo.
Fotografia: Doisneau